Chicago P.D. - Unidade de Inteligência - Episódio 15, A Coisa Certa (The Right Thing).
A história que se inicia neste episódio conclui-se no episódio 16, encerrando-se a oitava temporada desta série policial produzida pela Universal.
A equipe de inteligência da polícia de Chicago investiga escabroso caso de tráfico humano, de mulheres, e de drogas. O sargento Hank Voight (Jason Beghe), homem frio, realista, de um realismo chão, cru, isento de ilusões, confronta-se com sua superiora hierárquica, a vice-superintendente Samantha Miller (Nicole Ari Parker), ambos cientes de que o filho dela, Darrell, está envolvido com tráfico de drogas, associado ao caso que eles investigavam. A vice-superintendente exige do sargento respeito às leis e às normas de conduta recém-estabelecidas pela polícia e nenhum benefício ao filho dela, pois, justa, ciente de seu compromisso com o ofício que exerce, ela rejeita qualquer tratamento a ele à margem da lei. Em certo momento colidem-se o sargento Hank Voight e a vice-superintendente Samantha Miller, no escritório dele, ele a preparar, com seus subordinados, uma ação não contemplada pelas regras da polícia, a vice-superintendente a exigir-lhes respeito a elas, e ele a alertá-la, após dela ouvir as ponderações, que teriam de agir, e com presteza, não pelos caminhos legais, burocráticos, demorados, mas por meios reprováveis, para encurtar o tempo de implementação da ação policial, e terem, assim, a oportunidade de salvar Darrell e as mulheres vítimas dos traficantes. Mas diante da intransigência de sua superiora, que lhe exige respeito às regras, cala-se o sargento Hank Voight. Durante o desenrolar do episódio, toma-se conhecimento de que o oficial Adam Ruzek (Patrick John Flueger), seguindo os passos do sargento Hank Voight, quer encurtar o trajeto que os leva até os criminosos; contrários ao sargento e ao oficial Adam Ruzek estão os detetives Jay Halstead (Jesse Lee Soffer) e Hailey Upton (Tracy Spiridakos) e os oficiais Kim Burgess (Marina Squerciati) e Kevin Atwater (LaRoyce Hamkins). O encerramento do caso é trágico. Encontram mortos Darrell e várias mulheres sequestradas pelos criminosos, ele abandonado em um terreno baldio, elas, em um galpão. A vice-superintendente Samantha Miller, seus olhos mergulhados em lágrimas, após reconhecer seu filho, morto, volta-se para o sargento Hank Voihght, e diz-lhe para ele a culpar pela tragédia sucedida, dizer que ela matara o próprio filho. E segue-se a caçada aos criminosos, que se encerra, repetindo informação fornecida no primeiro parágrafo, no episódio 16.
O tema deste episódio não é a caçada que a equipe de inteligência da polícia de Chicago empreende aos traficantes de mulheres e de drogas; é o tema a reforma da polícia ora proposta, e implementada, nos Estados Unidos da América, com o objetivo alegado de aperfeiçoar a ação policial, para reduzir os abusos que os policiais cometem; e um dos ingredientes de tal fórmula é a redução do orçamento da polícia, política, esta, que, sabe toda pessoa minimamente informada, redundou em aumento expressivo da prática de crimes em todos os estados americanos em que foi implementadas. O tema é o atrito entre a vice-superintendente Samantha Miller, pessoa, direi, de espírito romântico, a crer que regras, normas, concebidas por burocratas que não têm contato com o dia-a-dia da atividade policial (e muitos deles se inspiram, conscientes ou não, em ideologias revolucionárias travestidas de política social justa, baseada em bons princípios morais) podem solucionar todos os problemas do mundo, e o sargento Hank Voight, homem sem ilusões, que não exita em agir à margem da lei.
E fica em aberto a questão: À margem da lei faz-se Justiça?
E pergunta-se (e deve-se perguntar): As leis atendem à Justiça?