Narcos
O patrão era querido por muitos, um ídolo caridoso, praticava o assistencialismo como poucos no mundo e sem recursos públicos. Onde pessoas clamassem seu nome, lá ele estaria. Não havia pedido de cunho financeiro impossível ao patrão, fosse doar uma casa, construir uma igreja, erguer um hospital ou alimentar multidões, ele faria, pois era uma “alma caridosa” de passagem por esse mundo cruel. Todo ponto de vista depende de que ponto vemos as coisas. Diante dessa constatação, sobre a ótica da Lei, a correta, pode-se comentar com absoluta certeza que o patrão não era santo, e seu dinheiro não era limpo. Pablo Escobar foi um dos maiores traficantes do mundo e o mais poderoso da Colômbia, criador do Cartel de Medellín. Capaz de explodir lojas cheias de clientes, como idosos e crianças; responsável por derrubar um avião da Avinca, num atentado infrutífero, pois os alvos não estavam no avião.
A série Narcos, estrelada pelo talentoso Wagner Moura, expôs a face do sangrento traficante colombiano. A produção contou com outros atores de peso, que deram mais qualidade ao produto.
Foram três temporadas com episódios muito bons, dá até para maratonar, pois o desejo de assistir ao próximo é consequência da excelente qualidade da produção. É evidente que o tema não é leve, portanto uma boa avaliação dependerá daqueles que gostam ou se interessam pelo assunto.
Wagner Moura interpretou Pablo Escobar muito bem, é claro que poucas pessoas ainda vivas, podem comparar as duas figuras, para isso seria necessário ter conhecido o traficante e ter assistido o seriado, portanto esses “privilegiados” dos dois mundos, real e ficção, seriam os críticos que melhor avaliaram o seriado.
Várias informações a respeito de Pablo Escobar me surpreenderam, mas saber que ele construiu uma “prisão” e de lá continuava a comandar o Cartel de Medellín, com todo o conforto de uma fortaleza, motel ou o que fosse, me reportou ao Brasil das tornozeleiras eletrônicas, logicamente mantendo as devidas proporções na comparação, revelaram a impotência do Estado em punir com o rigor da Lei.