Lendas do Amanhã
Eu gosto muito de ler e escrever, mas não foram todas as leituras aprazíveis, cito como exemplo Os Sertões (Euclides da Cunha). Não sei se hoje eu teria a mesma impressão de quarenta anos atrás, mas foi difícil concluir aquela leitura. Um livro maçante, com narrativas geológicas e outras informações que não apeteciam. E o que isso tem a ver com o seriado Lendas do Amanhã? É uma analogia, na tentativa de expressar a mesma sensação. Que seriado muquirana! As duas primeiras temporadas ainda foram razoáveis, mas da terceira até a sétima, arrastaram um trem. É claro que minha opinião se confronta com àqueles que produziram o seriado, pois durou sete temporadas, é muito tempo. Com certeza deu audiência e lucro.
A séria trata de viagem no tempo, mas não aquela trama habitual, de personagens que voltam ao passado para resolver pendências ou vão ao futuro para conhece-lo, não é isso. Trata-se de um grupo numa nave “espacial” que circula num espaço temporal, como um carro de patrulha. Dentro existem heróis liderados pelo Mestre do Tempo. A equipe monitora qualquer alteração na linha do tempo; quando isso acontece, “voam” até a época da anomalia e restauram os fatos. O que seria do mundo se a Alemanha ganhasse a Segunda Guerra Mundial? Se o alarme tocasse na nave, informando alguma mudança nessa linha do tempo, que possibilitasse um resultado diferente na conclusão dessa guerra, eles “voavam” para acertar isso.
A ideia não é ruim, mas o desenvolvimento das tramas foi fraco; personagens sem carisma, autênticos “picolés de chuchu”.
Repito: é minha opinião. O produto durou sete temporadas, talvez tenha mais valia do que eu observei.