Cidade Invisível
Expectativa: “situação de quem espera a ocorrência de algo...” Verdade. Eu não sou daqueles que desvalorizam a produção nacional de filmes ou séries, pelo contrário, se o tema me agradar podem contar com minha audiência.
A Netflix produziu Cidade Invisível, ideia muito boa, diante das inúmeras alternativas de explorar o folclore brasileiro. Poderíamos ver em nossos dias a Cuca, o Saci Pererê e muitos outros, vivendo de forma disfarçada entre nós. Bem bolado!
Decepção: “...descontentamento ou frustação...” Esse é o sentimento final, após assistir as duas temporadas de Cidade Invisível. Erraram em aspectos cruciais: a pobreza no desenvolvimento de texto, na argumentação das histórias e escolha do protagonista. Se eles tivessem escrito em cada episódio sobre alguns personagens do nosso folclore, mesclando com a trama, mas de forma robusta, não abreviada, teriam inclusive argumentação para outras temporadas, mas não fizeram assim, foi o primeiro engano.
Ao meu ver, o segundo erro e o principal, foi a escolha do protagonista. Tremendo “tiro no pé”! O detetive Eric (Marcos Pigossi), navegou pela trama de forma confusa e ofuscada. Ofuscada? Como assim? Isso mesmo: Ofuscada por Alessandra Negrini (a Cuca), ela abrilhantou a trama, mesmo tendo poucas falas e não aparecendo em muitas cenas.
Imaginem estarem no pico de uma montanha, tendo como cobertura o manto negro do firmamento, salpicado de estrelas. Todos esses pontos celestes são atores e atrizes, mas será possível perceber que uns brilham mais. Alessandra Negrine é uma dessas estrelas mega brilhantes, àquela que deu qualidade ao seriado. Também não seria possível ser diferente, pois estamos falando da atriz que interpretou como protagonista “Engraçadinha”, do grande Nelson Rodrigues. Meu comentário não está relacionado a opinião de um fã e sim a uma constatação. Dou exemplo de duas produções nacionais onde o texto, somado ao elenco, resultou em sucesso: O Coronel e o Lobisomem e O Alto da Compadecida.