Pernalonga - O Bebê. - desenho animado.
Um lindo, meigo bebê rosado, fofucho, amável, cai, acidentalmente, na cova do Pernalonga, personagem, esta, que, conquanto não tenha uma reputação respeitável, é de muita gente querida - e talvez por esta razão querem-lhe bem, e não por quaisquer outras que se conjecture. E o herói peludo, com desvelos materno e paterno que ninguém lhe suspeita dele cuida admiravelmente bem. Quão amável é a criatura escanifrada, melhor, esbelta e delgada, de pernas longas e igualmente longas orelhas, com o pequeno, mimoso bebê, que lhe viera, acidentalmente, ter às mãos, mãos de um personagem desapercebido de recursos para o exercício da grandiosa tarefa que o destino, este imprevisível e inconsequente ator, lhe exigia. O que digo?! O que digo?! Tu, leitor, confias em mim? Se confias, saibas que não é uma criança a criança que o Pernalonga tem aos seus cuidados. Não?! Não. É a criança, digo a verdade, e a verdadeira verdade, um homem feito, barbado, um marmanjo de má catadura, repulsiva, de má índole, Harry, de pouca, quase nenhuma, estatura, a de um anão de jardim, a de um pintor de rodapé, a de um pescador-de-aquário, Harry, um ladrão de banco, tipo indigno de figurar entre os homens de bem. E o Pernalonga sabe da real identidade de tão reles sujeito?! Vem a saber... E nele dá uma bela e bem feita lição.