Cafajeste
Eu sou a canastra da vida...
Num belo dia canto ao céu
gritando no socorro ainda
o desvelar do teu véu.
Dê-me vossa mão formosa
em beijo tácito e cândido,
um pouco da linda rosa
escondida no teu pânico.
Engravidar teu jardim
e ser jardineiro açúcar;
expurgar o mel de mim
na doçura o teu sugar.
Veja bem, sou cafajeste,
a mutilação de gente
que o desejo que só veste
escravizar vossa mente.
Sem vontade de perdão
grito só pela tua carne,
não dê algum conselho vão
ao canibal que ama parte.
Amo com o corpo quente
e sou brasas infernais;
no seio do Diabo rente
amarrarei à alma ao seu cais.