NA TRILHA DA REDONDILHA MENOR - Luiz Poeta Luiz Gilberto de Barros.
NA TRILHA DA REDONDILHA MENOR
Na noite calada
Da rua sombria,
A dor faz poesia
No meu coração
Eu piso a calçada
molhada e vazia
E a chuva é tão fria
Quanto a solidão.
Revolvo o passado
O amor mais antigo
Conversa comigo
Onde ele há de estar?
Meu rosto molhado
Só serve de abrigo
Aos versos que eu digo
Com meu triste olhar.
O frio do inverno
Me faz mais sozinho,
Procuro um carinho,
Doce e sedutor
O beijo mais terno
Invade a saudade
Com a suavidade
Que brota do amor.
A Lua, lá fora
Sempre insinuante
Nem vê, num instante,
Que o Sol já raiou
E eu revendo a hora
Mais viva do dia,
Crio a fantasia
Que o tempo apagou.
Escrevo o que sinto
Numa redondilha
Menor, traço a trilha
Da minha emoção,
Porém, quando pinto
Meu verso na tela,
Só pinto a aquarela
Com a cor da ilusão.
Se fico tristonho,
O meu abandono
Desfaz-se e meu sono
Me impele a sonhar,
O amor, eu o ponho
No rumo do vento
E o meu pensamento
Me faz levitar.
A Lua, teimosa,
Insiste, tão nua,
Em dar cor à rua
Que volta ao passado,
E é tão luminosa
Feliz e atraente,
Mas o meu presente
Mantém - me acordado.
E diz, docemente:
-Esquece a quimera,
Teu amor te espera,
E é doce e real,
E eu, tão carente
De felicidade
Busco a liberdade
E... acordo... afinal.
Às 19h e 20min do dia ,23 de Janeiro de 2023 do Rio de Janeiro. Registrado e Publicado no Recanto das Letras.
...