DE TUDO UM POUCO

DE TUDO UM POUCO

Sou tudo aquilo que admiro,

Mas também o que condeno.

Às vezes, insone ao sereno,

Plenamente dou um giro

E aeroplano terrapleno…

Roubei o fogo dos deuses

Mais o amuleto dos reis!

Para o arrepio das leis

Tenho empenhado enfiteuses

De terras de alheias greis.

Sou um louco para os sãos

E um santo para os devassos.

Alguém de meios escassos

Que habita entre os desvãos

De ainda impossíveis paços!

Às vezes bom sendo mau,

Pois que faz mal querer bem…

Sou tudo o que me convém:

Quem nada nunca de igual

Está contido e contém!

Entre ser e ter, viver!

Entre tudo e nada, o sonho…

Seja eu alegre ou tristonho

Um pouco de tudo a ver

E me pôr no que componho!…

Betim - 08 08 2022