ESPELHO DE CRISTAL

Espelho de Cristal

I

Diante do espelho de cristal.

Vi uma nesga de uma terra.

Num espaço sideral.

Vi as imagens de uma serra,

Vi fruto do roseiral.

Vi um início da guerra.

II

Em solos daqueles mundos.

Vi orquestra ensaiando.

No cenários de submundos,

Ao som do xaxado ritmado,

Com ordens do seu Raimundo:

Ensinava o traçado.

III

Vi claro como vidente.

Vi guizos, a solfejar:

Um ritmo de um bom regente.

Com bater palmas entoar.

Numa frequência ascendente.

Vi o cravo a canção tocar.

IV

OH! Espelho de Cristal.

Espelho de uma nova era:

De útero da mãe Universal.

Faz domestica filho da terra,

Numa consonância Celestial,

Onde a luz nunca se encerra.

V

Assim disse meu avô então.

Ao meu bondoso pai Sete,

Tu fara uma nova geração:

Jura pela escritura promete

Segue fecunda a boa ação

O tempo arde e derrete.

Mranguape,26 de janeiro de 2022.

(Voltaire Brasil)