O novo velho
O novo velho ladrão,
que conta com mais um dedo,
esconde a corrupção
na caixinha de segredo
do seu dileto Queiroz ,
o antigo pota-voz,
que ficou mudo de medo.
O novo avô do centrão,
que jamais entrou na linha,
um larápio de tostão,
vulgar ladrão de galinha,
a roubar, de grão em grão,
construiu o seu quinhão
às custas da rachadinha.
Enquanto a plebe caminha,
com ansiosa emoção,
rezando o salve-rainha
à espera do feijão,
a turba ensaia o grito:
mito! mito! mito! mito!...
manda chuva pro sertão.
E o falso deus ergue a mão
na benção da cloroquina,
e oferce à multidão
como se fosse vacina.
Reza uma reza ligeira
e emenda uma besterira,
pra não sair da rotina.
E ao dobrar a esquina
onde o velho encontra o novo,
vai botando vaselina
na retaguarda do povo,
pra quando enfiar o falo
da cabeça até o talo
não deixar fora um só ovo.
O novo velho ladrão,
que conta com mais um dedo,
esconde a corrupção
na caixinha de segredo
do seu dileto Queiroz ,
o antigo pota-voz,
que ficou mudo de medo.
O novo avô do centrão,
que jamais entrou na linha,
um larápio de tostão,
vulgar ladrão de galinha,
a roubar, de grão em grão,
construiu o seu quinhão
às custas da rachadinha.
Enquanto a plebe caminha,
com ansiosa emoção,
rezando o salve-rainha
à espera do feijão,
a turba ensaia o grito:
mito! mito! mito! mito!...
manda chuva pro sertão.
E o falso deus ergue a mão
na benção da cloroquina,
e oferce à multidão
como se fosse vacina.
Reza uma reza ligeira
e emenda uma besterira,
pra não sair da rotina.
E ao dobrar a esquina
onde o velho encontra o novo,
vai botando vaselina
na retaguarda do povo,
pra quando enfiar o falo
da cabeça até o talo
não deixar fora um só ovo.