No país de Alice
De silêncios fiz a vida
Segurando na garganta
A lágrima fria e tantas
Segui direito a cartilha
Crendo ser o mais certo
Hoje um “duvidar” aberto
Da mente e seus mistérios
Inscritos no inconsciente
Em tenra idade inocente
Depois que muito cresceu
Chegou “no adulto” ao acaso
Onde o profundo é tão raso
Em que se descobre dores
Amarga mentira, rupturas
Perde-se a inocência pura
Esquecendo toda mágica
Dos sonhos da menininha
Que pulava amarelinha
Por isso agora eu retorno
Pra me redescobrir criança
E não importa a distância
Vou soltar o estandarte
No país das maravilhas
Encontrar sonoras trilhas
No mundo subterrâneo
Do sono profundo de Alice
Enterrar as esquisitices
Da gente grande que cria
Em sua imaginação, tolices
Monstros em toda parte
Que de mim tudo se aparte
Devolvendo estrela e sol
Amarelinha e brigadeiro
Um cais de porto certeiro
Iluminado por luz de farol
Afaste-se longe a mesmice
E todos os tenebrosos medos
A vida me dê novo enredo
Do mundo fantástico de Alice