TABUADA
TABUADA
Quantas vezes eu fui eu?
E quantas tantas não fui?...
Qual colunata que rui
Em templo que se perdeu
Quanto a memória dilui:
Tábua de números vãos,
Minha vida é repetir
Várias vezes no existir
Nos dedos de minhas mãos,
Contando cada devir.
Fui quem eu tinha-de ser;
Sou quem soube me tornar.
Tabela a se decorar,
Conto até não mais poder
Quanto fiz multiplicar:
Um vez um vez um vez um,
Ao infinito continua...
Sou grandeza que flutua
Entre meu lugar-comum
E o céu em noite de lua...!
Porque tabuada de mim,
Os números encontrados!
Como mantra recordados
Mudassem tudo no fim,
Com os mesmos resultados…
Betim - 17 06 2020