SEZALA
Senzala
Uma noite chuvosa de março.
Riscos em cores riscam o céu!
O bebê treme de medo no berço.
A mãe cobre a cria lhe põe o véu.
A chuva segue a noite inteira.
Os sonoros pipocos de trovões
Acordam a meninada inteira,
Ouvem se, gritos e lamentações...
Todos pedem a mãe a proteção.
Nesta contemporânea senzala!
Num impositivo lar sem condição.
Onde as malas, boiam pela sala...
A chuva da trégua, as cinco hora.
Na casa a agua começa a entrar,
A honrada senhora ao céu implora...!
E com tenaz bravura vai enfrentar.
E com o apoio de pobres vizinhos,
Começa a resgatar o que sobrou.
Sem ajuda de um capitão Zinho...
Que a comunidade inteira votou.
É triste brasileiros ou brasileiras.
Que vivem à margem socialmente,
E sobretudo as mães solteiras,
No estado de macho, prepotente.
São audacioso, se acham urgido.
De uma vil nata relacionada,
Aparte do contrato social exigido,
Desalinhado da lei e sancionada.
Não há retorica no meu falar...
A senzala urbana não é ficção!
Ela não tem sinhozinho pra cobrar,
E ser cobrado, não há obrigação.
Sou o Janjão testemunha ocular.
E com ajuda de um companheiro.
Ajudei as famílias pobres, se salvar,
Sou um Mestre de obra e canoeiro...!
Maranguape, 23 de março de 2020.
Voltaire Brasil