ANDANDO PASSEI

Andando Passei

Andando passei a noite inteira,

Por uma via mau pavimentada.

Subindo e descendo a ladeira,

Da cidade desorganizada...

Abandonada, totalmente vazia,

Coisa igual, nunca vir, não conheço.

Busquei entender e não entendia,

E não sentir um menor apreço.

Mesmo assim continue andando,

Quando do nada a mim apareceu.

Uma coisa no chão se arrastando,

Tomou forma: de repente cresceu!

Sentir na hora, um pavor imenso!

E muita vontade de corre e gritar!

O medo foi maior e mais intenso...

Aí eu vir! Não tinha a quem chamar.

Uma voz, a meio tom assim disse:

Tenha calma e ouça com atenção,

Deixe de pensar muita tolice

Quem semeou pequi, não colhe mamão.

Reconcilia-te com o teu irmão,

Antes de ofertar a tua esmola.

A oferta tem que ser de coração,

Não é trunfo a se tira da cartola.

Não adiantar tu querer comprar,

E o que tu ver em vigília ou não.

É o que sobrou, tem que reciclar,

É renovar, e fazer uma boa revisão.

Quando tu refazer os teus atos,

Não veras imagens tenebrosas.

Nem vias urbanas com tais fatos,

Renascerá para um vida gloriosa...

Eis aí narração de um psicanalista.

Ao fazer anamnésia a um paciente,

Com vocação e dedicação ateísta,

Que sofria noite e dia horrivelmente.

Maranguape, 06 de março de 2020.

Voltaire Brasil

Voltaire Brasil
Enviado por Voltaire Brasil em 08/03/2020
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