Frevo de cordel
O frevo, senhor da rua
parido em Pernambuco,
que faz o cabra maluco
jogar confete pra lua.
Que deixa a saudade nua
e o coração mal vestido.
Que deixa o pé espremido
entre a sobrinha e o passo,
há de sentir o cansaço
do si bemol sustenido.
O frevo, anzol do cupido,
um pescador de sereia,
que, aos castelos de areia,
dá, de fato, algum sentido.
Abraça o si sustenido,
como se fosse um bemol,
aos pés da clave de sol,
que dá luz à partitura
e à beleza mais pura
do canto do rouxinol.
O frevo, sábio farol,
ilumina, noite e dia,
os passos da poesia,
que dança no arrebol,
que faz ciúme pro sol,
que faz ciume pra lua,
que faz carinho na rua,
ao saltitar do passista,
enquanto dá toda pista
que a poesia foi sua.
O frevo, senhor da rua,
e também senhor do céu,
ora dança no cordel,
à luz do sol ou da lua,
enquanto o passista sua,
por cada poro da arte,
e até Deus pede aparte
pra recitar um versinho.
Pra demonstrar o carinho,
se faz de porta-estandarte.
E o frevo serve, a la carte,
saudade, cachaça e vinho!
O frevo, senhor da rua
parido em Pernambuco,
que faz o cabra maluco
jogar confete pra lua.
Que deixa a saudade nua
e o coração mal vestido.
Que deixa o pé espremido
entre a sobrinha e o passo,
há de sentir o cansaço
do si bemol sustenido.
O frevo, anzol do cupido,
um pescador de sereia,
que, aos castelos de areia,
dá, de fato, algum sentido.
Abraça o si sustenido,
como se fosse um bemol,
aos pés da clave de sol,
que dá luz à partitura
e à beleza mais pura
do canto do rouxinol.
O frevo, sábio farol,
ilumina, noite e dia,
os passos da poesia,
que dança no arrebol,
que faz ciúme pro sol,
que faz ciume pra lua,
que faz carinho na rua,
ao saltitar do passista,
enquanto dá toda pista
que a poesia foi sua.
O frevo, senhor da rua,
e também senhor do céu,
ora dança no cordel,
à luz do sol ou da lua,
enquanto o passista sua,
por cada poro da arte,
e até Deus pede aparte
pra recitar um versinho.
Pra demonstrar o carinho,
se faz de porta-estandarte.
E o frevo serve, a la carte,
saudade, cachaça e vinho!