CIHUACÓATL – a mulher chorona: a filicida

a filicida

XXXVII

-- “Quem é essa cujas fúrias

Fizeram-na desgraçar?!?

Como ousa uma mãe matar

Filhos de suas luxúrias

E seus amores sem par?...”

XXXVIII

“Quem crianças fez afogar

Para horror de seu amante!? --

Mas agora, a todo instante,

Mira e remira o lugar

Tendo-se os meninos diante.

XXXIX

E desde então vaga errante

Sempre a chorar, de sorte

Que até se lhe nega a Morte

De pôr-lhe termo consoante

À maldição do ex-consorte.

XL

Muito embora desconforte

Seu choro a quem longe a vê,

Logo lhe nega mercê

Ao sabê-la por seu porte

Alma, não gente que crê...

XLI

O mal por paga se dê

Este mal pior, pois, eterno!

Falta do zelo materno,

Fez o que nenhum porquê

Responde senão no inferno.

XLII

Porém, no mundo moderno

Ainda a veem caminhando

Pelas noites, quando em quando,

Em meio às nevoas do inverno

Chorosa a Chorona errando.