CIHUACÓATL – a mulher chorona: os oito sinais

os oito sinais

XXV

“Se este clamor vos renovo

É por recordar sinais

Que vos encadeiam finais.

Se em face de vós me comovo

É por sabê-los mortais:”

XXVI

“À deusa com os seus ais

Mais outros sete presságios

Vêm se somar feito estágios

De moléstias terminais

Ou de sinistros naufrágios...”

XXVII

“Ou tal contam os adágios:

”’Nada há tão ruim que não piore.’”...

Mas, antes que algo melhore,

O invasor busca apanágios,

Ainda que nos explore!”

XXVIII

“Primeiro, não se apavore

Quem vir cair uma estrela

Em pleno dia e, após ela,

Qual sarça de fogo core

O céu da noite singela!...”

XXIX

“Depois, em meio à procela

Chamas altas eu contemplo

A consumir todo o templo

Onde um deus se revela

Nosso antepassado exemplo!"

XXX

“E ainda, qual contraexemplo,

Dois relâmpagos seguidos

Explodem incandescidos

Sobre o jardim do antetemplo

De Tzonmolco e mil feridos!"

XXXI

“Por mais e mais desvalidos

Inunda-se Anáhuac, o vale...

Das alturas da Huey teocale

Tenochtitlã vê perdidos

Os prédios de quanto se vale.”

XXXII

“'Mas a boca não se cale...

Eis que caminhando às pressas

Homens de muitas cabeças

D'outros mundos já se fale

Em meio a trevas espessas!...”

XXXIII

“Por fim, cumprindo as promessas

Da volta de nosso deus

Trazem rara ave os plebeus

A ver nas íris possessas

Soldados nos olhos seus.”

XXXIV

“Montezuma, semideus

E grão-senhor dos Astecas!

Após quatro anos de secas,

Eis diante dos olhos meus

A deusa-mãe dos Toltecas...”

XXXV

“Por entre agaves e arecas

Andando junto a junquilhos

Antevê tolos rastilhos

Nos quais as hordas carecas

São mortas feito novilhos.”

XXXVI

“E assim, coberta de brilhos,

Vinha chorando lamúrias.

Augúrios de tais penúrias

Os massacres de seus filhos

Ecoam pelas centúrias”...