UNIDADE E SEUS DESVÃOS
Quantas noites passaram por mim.
Quantas vezes enoiteci e, então, piei,
Demarcando meu território que é
O de lugar nenhum, sem começo e fim,
Terra sem terra, gentes, regras, lei,
Sem nenhum descendente de Noé.
Terra de nuvens, de brumas e nevoeiros,
A qual se dissipou sempre que amanheci;
Quando então, tateando o espaço nenhum,
Não me vi médio, último ou primeiro
E duvidei até mesmo se algum dia nasci,
Pois jamais pude ser dois, sempre fui um.