A CONTRACULTURA DA FACADA
Há cortes e recortes tais
Furos, rasgos e escavações,
Atinge a todos de surpresa
Como arma branca, e fatal.
Poucos resistem ao choque
Muitos, porém, se dão mal.
Espadas facas e facões
Não fazem feridas em vão
Não se movem por si só
Inocentes nunca são.
Instrumentos de domínio
Dos olhos, da mente e do coração.
Em qualquer contexto então,
A faca pode cortar.
Pode servir na cozinha
Na empresa, na roça e no bar.
Na “Política”, geralmente,
O corte é pra eliminar.
É símbolo de ruptura
É discurso pra avisar.
É ato de violência,
De quem quer se acovardar.
Quantos desejos escusos
Uma facada pode mostrar!
Mas...Vivemos de tantas facadas
Que uma a mais uma a menos
Não sei por que “estranhar”!
É cego quem não quer ver
Que a injustiça esfaqueia todos,
E faz todo o direito sangrar.
É facada nos salários,
Na Saúde e no Educar,
Na segurança, e em tudo,
É pra lá de arrepiar.
Não há discurso “político”
Que pareça remediar.
O “governo” no Brasil
Vive de esfaquear.
Leis que são opressivas
Pra alguns privilegiar,
Se alguém isso ameaça
Há sempre alguém pra cortar.
A contracultura da faca
Era pra nunca se nomear.
A covardia é tão grande
Que todos precisam analisar:
O mal que assola o povo
Não é faca que vai curar.
Qualquer violência jamais
Poderá o mal extirpar.
Senão, de tantas “facadas”
Já não teríamos o que reclamar.
O conselho, porém, está dado:
Sem cortes, vamos avançar.