Cantiga da praia

Praias amadas e vastas,

ainda estão em saudade...

Das ilusões a vaidade,

que essas memórias bem gastas...

Tem muita ardência brutal

à realidade do clima,

o ígneo calor não estima

e arde com força mortal.

Querida Copacabana,

era um ardor monstruoso,

polêmico e perigoso,

eu nunca sei o que abana...

Sonhos intensos sem senso

onde eu caminho no amor

de uma viagem, que ardor...

Ó meu passado distenso!

Talvez reais e viventes,

com a beleza que existe,

um ar pulsante resiste

nos corações indolentes...

Teus mares são tão salgados...

Sais que me afrontam deveras,

com umas coisas bem meras,

depois eu nado entre os lados.

Ondas profundas que afunda...

D´água à lindeza absoluta,

eu quero vê-la, que é bruta!

Forte, sofrível e imunda,

Uma sujeira entre a praia,

sim, desleal em quem fez

como uma gente à aridez

do chão quem pensa na vaia.

Eu, um poeta do anseio

ao tempo alegre e estupendo,

especial, mesmo sendo,

também me esqueço de enleio.

Adeus! Adeus, Ipanema!

Só rompo as lágrimas puras,

findo-as assim, então juras?...

Saudades, risos e lema.

Lucas Munhoz

(15/11/2017)

Lucasmunhoz
Enviado por Lucasmunhoz em 15/11/2017
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