Uma carta da saudade
(Ao meu querido amigo)
Meu querido e grande amigo,
Sinto tua falta intensa...
Podes enlevar o abrigo
Em mim, como o Olimpo pensa?!
Tens saudade enorme e pura...
Eu, um escritor das trevas
Que ainda te ama, o peito dura
Sem parar, depois me enlevas.
Podes abrigar o Zeus,
Se és excelso e inteligente
Quando irás tornar-te um deus,
Bem sei que o teu rosto sente.
Ó antro elevadíssimo e ético!
Ilumina-no, em que queres...
Porque és talentoso e poético,
Que em amor, sem me sofreres.
Pois gosto de ti... é o amor,
Vejo que é esse poema vasto
À emoção do teu valor,
Hei de amá-lo, pois sou casto...
Quero um mal da atrocidade,
Sim, é o ledo mais maligno
Que eu o cante com maldade,
Servirá o epitáfio digno.
A tristeza, a morte e o vale...
Com tua homenagem da alma
Que a voz forte nunca cale
Sobre a sombra, é a mão da palma.
És um mestre do Parnaso,
Hás de amar-me com delírio...
Eis-me a ouvir um novo caso
Da amizade, sem martírio.
Lembra-te, a partir de agora,
Poeta, somos companheiros,
Que não possas ir embora!
Há um poetar dos bons guerreiros.
Lucas Munhoz - 18/08/2017
Para o poeta Péricles Ventura de Neto.