TEUS DOCES DE FIGO

Tento conversar contigo
olhando para o papel.
Teus versos, doces de figo,
e eu na Torre de Babel.

Fico assim todo perdido
com o coração na mão,
o peito todo espremido
e sem passar pelo vão.

Sinto que estás muito triste.
Não sei como te versar.
O teu jeito em mim fundiste
e hoje te quero escutar.

Perco-me em geografia
no olhar-me agora por dentro.
Enquanto o amor me bebia
não encontrava o meu centro.

Deste-me poucas palavras
por mensagem eletrônica.
Doravante enquanto lavras
p'ra vida uma nova tônica.

Sou todo teu, mundo além,
fascinado na magia,
assaz contente e refém,
do teu jeito com poesia.

Se me pedes que desista
de ti como obra e louvor.
Ou se me pedes que insista
no êxodo do teu amor.

Qualquer das alternativas
planta em mim uma tristeza.
Enquanto de mim tu esquivas,
guardarei tua beleza.

Tento conversar contigo
olhando para o papel.
Teus versos, doces de figo,
e eu na Torre de Babel.