SERENATA PARA A LUA

É a vida que ensina a gente
a comandar cada dia.
Daí, planta-se a semente,
esperando a poesia.

Acho sobrenatural
de ora não te ter comigo.
De longe não é normal,
mas digo: posso e consigo.

No clarão da tua estrada,
serenata para a Lua,
teu rosto está nela, amada,
no teu reino que flutua.

Vem doçura com candura
no perfume das esquinas.
Não se vê na noite escura,
cada pago e as ruas finas.

Mas a alma vê esta menina,
mesmo na lonjura ingente.
Nestas cordas ela afina
para que o verso se invente.

Do pesar para a vitória,
meu peito virou teu pago,
preencheu toda a memória
e eu não sou ainda um mago.

Desde o dia e pela noite
o sonho voa p'ra ti,
mesmo indo via pernoite
também o sonho vivi.

No clarão da tua estrada,
serenata para a Lua,
teu rosto está nela, amada,
no teu reino que flutua.