A ESPERA(NÇA)

Eu vou contar p'ra você,
um pouco antes de ir-me embora,
o quão dorido é sofrer
e estar tão sozinho agora.

E se então é p'ra dizer,
Arrisco-me em solidão,
fazer o que vale ser
e primeiro o coração.

Há nesta parte de mim
um lugar todinho seu
ouvindo o brindar: tim-tim
de algo belo e tanto meu.

Das coisas breves e eternas,
da viva contradição,
que elas sejam todas ternas
e solevante a emoção.

Talvez me ocorra outro dia
e eu tenha você comigo
p'ra fazer a poesia
da menina que persigo.