AQUELA LUA NO CÉU
Vendo uma velha cartilha
Questionava minha filha
Para o seu querido nono
Que figura linda é essa?
Respondeu mais que depressa
(brincou) - é a lua de carbono!
Então se abriu a escotilha
Como uma velha matilha
Sonho Dante em abandono
Um desejo que não cessa
Imaginação me arremessa
E a voz então entono
E declamo uma sextilha
Com gostinho de baunilha
Pra ganhar o seu abono
Por favor, não me impeça
O poema assim começa
Atenção! Porque é cônsono
Solitária andarilha
No espaço percorre milhas
Em madrugada de outono
Pra ela pouco interessa
Passos lentos, e sem pressa
Vai velando nosso sono
Se da noite é uma bastilha
Satélite que mais brilha
E São Jorge é seu patrono
E como se uma promessa
Toda tarde ela regressa
Pois o céu é o seu trono
Sobre terra mar ou ilha
Promove uma maravilha
O encanto nos colonos
Quando assim ela se expressa
Uma coisa ela confessa
Que só Deus é o seu dono.