No Balanço da Cadeira

I

No balanço da cadeira,

Sem ter boi eu jogo o laço;

Vou andando pela beira,

Tiro o fogo do bagaço.

II

Um grande desejo é lícito:

Lua ocultando a borrasca.

Faço tudo bem explícito;

Sou barco de leve casca.

III

Refrão:

(Ipê florido em setembro,

Já alcança o rato e eu corro.

De outro jeito, eu nem me lembro

Se vou ao mato ou ao morro.

Eu faço com muito gosto,

Pois beijo seu lábio rubro.

Há lágrimas no meu rosto;

Com fino pano eu as cubro.)

III

Geme um coração arfante;

Rogo a Deus fora do templo.

Hei de ser bom navegante;

Que tudo sirva de exemplo.

Jarrê
Enviado por Jarrê em 30/05/2014
Reeditado em 05/05/2017
Código do texto: T4825927
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