No Balanço da Cadeira
I
No balanço da cadeira,
Sem ter boi eu jogo o laço;
Vou andando pela beira,
Tiro o fogo do bagaço.
II
Um grande desejo é lícito:
Lua ocultando a borrasca.
Faço tudo bem explícito;
Sou barco de leve casca.
III
Refrão:
(Ipê florido em setembro,
Já alcança o rato e eu corro.
De outro jeito, eu nem me lembro
Se vou ao mato ou ao morro.
Eu faço com muito gosto,
Pois beijo seu lábio rubro.
Há lágrimas no meu rosto;
Com fino pano eu as cubro.)
III
Geme um coração arfante;
Rogo a Deus fora do templo.
Hei de ser bom navegante;
Que tudo sirva de exemplo.