NESTE REGIME CONFUSO
Ninguém respeita o trabalho
Neste regime nefário
Somente o burguês hostil
Se torna um grande argentário
Por ser dono do poder
Obriga o povo a viver
Num regime refratário
Sou vitima de um regime
Que vigora a escravidão
E que o cidadão paupérrimo
Vive na contradição
Pedindo pão pra comer
Enquanto o tosco poder
Apóia a corrupção
Neste regime nós vemos
A mais forte tirania
Contra o nosso proletário
Que vegeta o dia-a-dia
Por ser da classe menor
Sempre troca o seu suor
Por uma exígua quantia
Neste regime falsário
O povo jamais tem vez
Como escravo ele trabalha
Pra sustentar o burguês
Imbecil e mercenário
Que paga um triste salário
Ao pobre do camponês
Neste regime doente
Tem muita gente a sofrer
Vejo a classe proletária
Pedindo pão pra comer
Enquanto o chefe fajuto
Desvia por ser corrupto
As benesses do poder
Vai-se regime nojento
Com toda a sua estultícia
O povo já está cansado
De sofrer tanta malícia
Somente Deus num segundo
Pode transformar o mundo
Na mais sublime delícia
Por que morreu Chico Mendes?
O nosso herói brasileiro
Por defender os sem-terras
Coitado morreu ligeiro
No crime de pistolagem
Que a burguesia selvagem
Mantém no país inteiro
Neste regime macabro
Não se aplica a lisura
O burguês conservador
Só vive da sinecura
Comendo sem trabalhar
E como vamos mudar
Esta vil escravatura
Desculpe caro leitor
Da minha leviandade
Se caso lhe aborreci
Com a minha veracidade
A você peço perdão
Por ter mostrado a visão
Da nossa sociedade
Nestas minhas redondilhas
Já fiz a minha expansão
Ao poder debochativo
Que desmorona a nação
Nesta expressão ignota
Eu provei ser patriota
Contrito de coração
Termino mais um poema
Que meu espírito elabora
Nesta sátira mostrei
A podridão que vigora
Neste regime somítico
Só tem apoio o político
O povo fica de fora
Neste regime hediondo
O mentiroso tem vez
O cidadão fica isento
Com a sua sensatez
Se fala em democracia
Pois a qual se distancia
Dos vínculos da honradez