A PALAVRA

Ressonância constante,

Latentes ecoam

Nas linhas do tempo,

Palavras.

Das cirandas-cirandinhas

Aos cânticos de guerra;

Dos clamores dos cativos

À vitória de Mandela;

Catequese e heresia;

Redenção e tirania;

Israel I Palestina,

Palavras.

Nas cartas de amor,

Nos versos repetidos;

Nos gritos de rancor,

Num sussurro ao pé do ouvido;

Das mulheres reprimidas

Aos gemidos de femina,

Palavras.

Nas entranhas da História,

São tuas glórias e derrotas.

Meu tempo pertence a ti,

Palavras.

Virtudes e mazelas,

Poesia e mais miséria;

Este é o mundo

Q'aos meus olhos se revela.

Na desordem dos fatores

Somos todos seu produto,

Somos ronco dos motores,

Contemplamos o absurdo.

Quem me dera longe disto;

Existir num helenismo;

Sem padrões, definições,

Sem moral, contradições.

Teu domínio só seria

A lírica poesia,

Os versos no teatro

E a filosofia.

As cartas de amor, claro!

Esquecer não poderia.

Melhor morrer seria.

Deixo então meu devaneio

S'tou de volta ao desespero.

Entre gritos e sussurros,

Poesia e miséria;

Ressonância constante,

Latente ecoa

Nos caminhos da alma,

Sem calar jamais.

Exige a igualdade,

Pede a diversidade;

Entre tantas as palavras,

Liberdade!

Marcos Profanus
Enviado por Marcos Profanus em 17/03/2014
Reeditado em 07/11/2014
Código do texto: T4732999
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