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VENHO DA ROÇA
 
Eu venho da roça
Não tenho leitura
Lá deixei a palhoça
Onde existe água pura.
 
Vim para a cidade
Mas não aprendi a ler
Oh! Tenha piedade
Me ensina a escrever.

Não sei andar na rua
Sou desajeitado
Só sei olhar a lua
Sou mui mal forjado.
 
Quero ir para a escola
Direito que tenho
Aí meu ser decola
Em tudo me empenho.
 
Dê-me uma cartilha
Que ensine o alfabeto
Será u’a maravilha
Pois sou analfabeto.
 
Conhecerei as placas
De ônibus e lojas
Não serei panaca
Pois isso me anoja.
 
Sou bom cidadão
E trabalhador
Só sem instrução
Mas amo o labor.
 
(Christiano Nunes)