MADRUGADA
Chegou a madrugada,
Trazendo o seu clarão,
De prata, de esmeralda,
A Lua com sua cauda,
De luz acetinada,
São Jorge e seu Dragão...
Desceram nuvens ralas,
Luzente algodão;
Tal fossem quais fumaças,
Que tênue sempre passa...
O ermo em mim resvala,
Qual dor no coração!
Estrelas quais safiras,
Brilhando a imensidão,
Iguais teus dois olhinhos,
Dos meus tão doces ninhos,
Bem quando tu me miras,
E acende-me a emoção!...
Chegou a madrugada,
Que bela é sua visão!
Planetas, outros astros,
No céu deixando rastros;
Que noite encantada,
Em todos os seus vãos!
Mas eu estou sozinho,
Ninguém me dá atenção;
Eu fico a ver o lume,
Da noite e os vaga-lumes,
Ninguém me dá carinho,
Ninguém me dá a mão!
Arão Filho
São Luís-Ma, 15/05/2013