Versando no recorte
Puxei o talo e o chicote, que no estalo assustou o bode
Apeei do macho, que não da em cacho e não faz fricote
Tremeleei o cinto e melei a bota chutando onça no desemboque
Zerei o verso no reverso desafiando a própria morte.
Matei a sede que me matava, com aguardente lá do seu Roque
Fumei um palheiro de fumo nobre de palha fina que tem lá no lote
Tirei uma tira do meu cavanhaque, e aparei as pontas do meu bigode
Abeirei o monte lá da cascata, pra assistir a vida de camarote.
Curvei de joelho lá na capela, para agradecer toda a minha sorte
Aguei a rosa do vaso de barro, que esta aos pés da Aparecida do norte
Orei a risca uma novena, e pedi ao pai todo o seu suporte
Deixei listados todos os pecados, em sua espada de fino corte.
Busquei a bela, no sitio dela, mas antes, armei um bote
Azarei a mala de seu padrasto e nem dei bola para o velhote
Casei com ela e esta firmada, depois da colheita nasce o filhote
Limpei a lista e deixei de lira escrevinhando, só com verso forte.
........... “ Catarino Salvador “.