LÔBREGO ANOITECER
"Tropeço em sombras..."
"Silêncio,escuridão...nada mais!"
(Antero de Quental)
Oh! eu vejo o anoitecer
Cheio de malancolia,
Solidão... na noite fria,
Tenho medo de sofrer!
Envolve-me essa neblina,
Despertando tal sofrer,
No lôbrego anoitecer,
Na madrugada mofina.
Chora o coração... pressinto!
"Todo o pranto d'alma tiro",
São tantos ais que respiro!
Oh! tão mórbida me sinto!
E dentre as sombras da noite,
Acomodo o sofrimento;
Um pranto de muito tempo
Que me embala entre os açoites.
No lacrimoso destino,
Eu haverei de chorar,
Gemidos hei de entoar,
Aflitos gritos mofinos.