Cantiga medieval
Jorge Linhaça
Entr'as sombras difusas
sobr'o reino de algures
canto as fadas e musas
em algum lugar alhures.
`a minha musa eu peço:
Amor eterno me jures...
seja em prosa ou verso
e nunca mais me tortures.
Voam dragões e as fadas,
em cada um, há magia,
fantasia abençoada
raiz da minha utopia.
Se eu não sou cavaleiro,
deixai-me ser menestrel,
e compor meu cancioneiro
aos teus beijos, doce mel.
meu minueto primeiro,
seja rondó ou rondel,
sonhos de um seresteiro
que quer levar-te ao céu.
Voam dragões e as fadas,
em cada um, há magia,
fantasia abençoada
raiz da minha utopia.
Meu castelo sobr'o monte,
cosntruí nos olhos teus,
sol que brilha no horizonte
poesia que Deus me deu.
Água que jorra da fonte,
que minha boca bebeu,
não há quem ela confronte
a água dos lábios teus.
Voam dragões e as fadas,
em cada um, há magia,
fantasia abençoada
raiz da minha utopia.
Na sinfonia do tempo,
em odes ou elegias,
voam nas asas do vento
os versos desta poesia,
que julga dar-te alento,
nas noites, hoje, tão frias,
pois dela me alimento,
dia e noite, noite e dia.
Voam dragões e as fadas,
em cada um, há magia,
fantasia abençoada
raiz da minha utopia.