VIDA ABJETA
"Minha vida é um montão de ruínas em árido deserto,
um abismo de ais e suspiros"
(Cruz e Sousa)
Eu caminho para o nada
Nessa triste vida abjeta,
Que ao imundo ser decreta
Uma absurda vida vaga!
A mesmice todo dia!
Tanto acúmulo de nada!
Ai! vazia vida qu'enfada,
Tu consomes os meus dias!
... prestes a perder a calma!
A tristeza em mim incide!
A nociva vida existe
Entranhada na turva alma!
Ai de mim!... Que vida abjeta!
Vida mísera, aflitiva,
Desgraçada, vã, nociva,
Vida vil!... vida perversa!