O, ME PERDITUM!...

" Na vida para mim não há deleite!"

(Florbela Espanca)

O, me perditum!

Sempre atroz foi essa vida

Perdi sonhos, a alegria...

Por isso eu sou contida!

O, me perditum!

Eu trago n'alma o medo!

Essa dor envelheceu

A mim e todos segredos!

O, me perditum!

A tristeza inspira verso!

Os meus versos sufocantes

Que são tão incontroversos!

O, me perditum!

Grito, grito, grito, grito!...

Tudo o qu'há no fundo d'alma,

Eu revelo nesse grito!

O, me perditum!

Passam dias, voam horas!...

Nos meus versos condoídos,

Só me resta o pranto, agora!

O, me perditum!

Ó chorosos versos meus!

O gemer d'alma m'assusta!

Insensata assim sou eu?

O ,me perditum!

Eu não quero mais chorar!

Os anos estão passando!...

Quero dormir... descansar!

O, me perditum!

Este poema foi escrito

Numa imensa solidão,

Em um dia tão sofrido!

angelk
Enviado por angelk em 19/12/2011
Reeditado em 16/07/2015
Código do texto: T3396683
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