Dilacerado

Morro desde que nasci

Vivendo dentro de mim

Ostracista eu cresci

Mascarado arlequim

Amarrado à galera

Sonhando com bergantim

Meu coração firme espera

Palpitar por si enfim

Ser santo me foi imposto

Sem saber se estou a fim

Nem consultar meu gosto

Se quero eu ser assim

Já não sei da minha vida

Se ela vale um cotrim

Ai ferida espremida

Ai que dor que não tem fim