O velho barco
Sou aquele velho barco, de alta proa,
Bojuda, bem larga, bem alevantada...
Quieto, atracado no porto...
Aguardo o momento exato,
Da onda amiga, que virá me buscar...
Não me canso de, no cais esperar.
Na hora certa, na correnteza forte,
Assesto minha proa,
Traço e defino minha rota,
Para seguir no rumo da vida...
Navegando no rumo da sorte...
A hora é agora!! Vamos largar!
Feliz, sigo para o alto mar...
O vento bom nos conduz...
A proa, bem como o meu peito,
Apara as fortes ondas da vida que,
Batendo em mim, em espumas se desfaz...
Sigo a rota traçada, navego sereno...
Vamos " num doce balanço",
Deixando tudo para traz.
Na linha do horizonte,
Um brilho intenso de luz,
Nos impele e chama a navegar...
Sigo, "dono de mim", no desafio
Eterno que a vida nos faz.
Navego tranquilo, não me sinto indeciso...
Sou esse velho barco, navegando...
balançando no Mar, seguindo em frente,
Pois "Navegar é preciso"
Sim! inúmeras vêzes,
A despeito da adversidade...
"NAVEGAR É PRECISO"!!!
jorê.
Verso citado "Navegar é preciso" do poeta maior Fernando Pessoa.