Povo, Pátria e Poder
Quando cai um homem forte
tudo na volta enfraquece
a fortaleza perece
e os seus perdem o porte.
Não há poder que suporte
o que a queda proporciona:
o fraco se posiciona,
fortalecido, a grunhir.
A força empeça a ruir
e tudo se desmorona.
Quando cai um homem forte
seu exército se anula
porque o poder manipula
força pra outro consorte.
O poder zomba da morte,
ironiza da promessa.
Noutro nome recomeça
que se fortalece em breve.
Aquece sol sobre a neve,
trocando só uma peça.
Não existe homem forte,
também não há homem frágil.
Àquele que é mais ágil
o poder dá seu aporte.
Não é por questão de sorte
e nem por desigualdade.
É pela habilidade
de manipular a massa.
Bodoque vira vidraça
ante o balim da verdade.
Não existe homem forte
na milenar engrenagem.
Sempre há sol na estiagem,
pintando um novo recorte.
O País de sul a norte
tende sempre a esquecer.
Um dia vai compreender
que homem é transitório:
permanecem território,
povo, pátria e poder.