Ode ao humano da Aldeia M’Byá Guarany

Que cena extraordinária

deste meu Rio Grande altivo.

Quem bate estribo está vivo

pr’esta arte humanitária.

Vê a flora legendária

que ainda hay por ai.

Emocionante é o que vi,

manacá com sua beleza

ou um brinco de princesa

N'Aldeia M'Bya Guarany

Nem toda fauna e a flora

que elevam a natureza

superaram a grandeza

da cavalgada de agora.

Quando a pobreza devora

os velhos donos daqui,

quem tem um humano em si

deve montar a cavalo

pra levar algum regalo

N'Aldeia M'Bya Guarany

Ninguém no mundo é sozinho

pra aquele que possui fé.

Quem segue por Maquiné

por Caraá ou Riozinho

Logo encontra o caminho

que no mapa nunca li,

mas no entanto está ali

pra quem monta na verdade

leva solidariedade

N'Aldeia M'Bya Guarany.

Deus sabe tudo o que faz

e a tudo existe razão,

pois depois da viração

houve momento de paz

pra quem recebe e quem traz.

Eu logo me convenci,

ao correr a taquapy,

que entre cerros e vales

há uma terra sem males

N'Aldeia M'Bya Guarany.

Quem na ida se preocupa

vê que esta visita breve

o deixa de alma leve

e a volta é feita num upa,

pois vem com Deus na garupa.

E eu logo compreendi

Que é por Deus que estou aqui

Trançando meus ideais.

Encontrei os meus iguais

N'Aldeia M'Bya Guarany.

Maldita vida moderna

Que campeia a diferença

Se a semelhança é crença

Do homem na vida eterna.

Quem tem a alma fraterna

Seja europeu ou tupi,

Tússi, tape, uabuí

Apache, esquimó, oriental

Todo humano é igual

N'Aldeia M'Bya Guarany.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 30/04/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2940621