Ode ao humano da Aldeia M’Byá Guarany
Que cena extraordinária
deste meu Rio Grande altivo.
Quem bate estribo está vivo
pr’esta arte humanitária.
Vê a flora legendária
que ainda hay por ai.
Emocionante é o que vi,
manacá com sua beleza
ou um brinco de princesa
N'Aldeia M'Bya Guarany
Nem toda fauna e a flora
que elevam a natureza
superaram a grandeza
da cavalgada de agora.
Quando a pobreza devora
os velhos donos daqui,
quem tem um humano em si
deve montar a cavalo
pra levar algum regalo
N'Aldeia M'Bya Guarany
Ninguém no mundo é sozinho
pra aquele que possui fé.
Quem segue por Maquiné
por Caraá ou Riozinho
Logo encontra o caminho
que no mapa nunca li,
mas no entanto está ali
pra quem monta na verdade
leva solidariedade
N'Aldeia M'Bya Guarany.
Deus sabe tudo o que faz
e a tudo existe razão,
pois depois da viração
houve momento de paz
pra quem recebe e quem traz.
Eu logo me convenci,
ao correr a taquapy,
que entre cerros e vales
há uma terra sem males
N'Aldeia M'Bya Guarany.
Quem na ida se preocupa
vê que esta visita breve
o deixa de alma leve
e a volta é feita num upa,
pois vem com Deus na garupa.
E eu logo compreendi
Que é por Deus que estou aqui
Trançando meus ideais.
Encontrei os meus iguais
N'Aldeia M'Bya Guarany.
Maldita vida moderna
Que campeia a diferença
Se a semelhança é crença
Do homem na vida eterna.
Quem tem a alma fraterna
Seja europeu ou tupi,
Tússi, tape, uabuí
Apache, esquimó, oriental
Todo humano é igual
N'Aldeia M'Bya Guarany.