Pajador e Decimista

O Decimista não desce

no décimo andar da rima

porque o décimo de cima

é o andar que a alma cresce.

O decimista padece

se a inspiração não dá vau.

Tira verso bom do mau,

põe sua alma em revista

com olho fino avista

luz no último degrau.

O pajador a cantar

o seu verso repentista

por ver inverso, conquista

o lugar que quer chegar.

Enxerga o que quer pintar.

Com tinta às vezes retinta

compõe a tela que pinta

sem nunca pintar de novo.

Chega na alma do povo

co’a força que a alma sinta.

Decimista e pajador,

pajador e decimista,

cada um segue sua pista,

cada qual sente sua dor.

Poeta - improvisador,

improvisador – poeta

tem a poesia por meta

porque o verso qualifica

quando a estrofe se edifica

de metáforas repleta.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 14/04/2011
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