Eu tenho um medo medonho

Espero em Deus que o Brasil

não caia nessa ilusão

e, agindo com o coração,

não se dobre a um gesto vil.

Foram várias vezes mil

as que creram nesse sonho.

Eu rogo a Deus: não me oponho

ao progresso; eu quero é mais.

Mas, pra perder minha paz,

eu tenho um medo medonho.

Tenho medo das bravatas,

da amnésia, mensalões,

da censura a opiniões,

ditaduras "democratas".

Prefiro plantar batatas

a plantar desunião.

Por isso eu faço oração

para que Deus nos ajude,

pois conversa não me ilude.

Eu quero o bem da Nação.

Seu papo não me convence,

a conversa não me ilude.

Eu aguentei o que pude,

estou perdendo a paciência.

A fome sabe quem vence-a,

a saúde, quem a dá.

Muita coisa podre há,

porém ver ninguém mais quer.

Meteram muito a colher,

e a coisa pode azedar.