Os povos da natureza
Infelizmente, os nativos habitantes, que residiam na terra abençoada por Deus e bonita por natureza, não tiveram a mesma sorte dos nativos habitantes de Pandora, a terra mítica de "Avatar".
Na terra de "infinitas águas", a inocência ingênua de sua gente não foi páreo para a desfaçatez dos "falsos heróis de carne e osso". Munidos de pouca coragem e de muita covardia, os "cavaleiros do apocalipse", do velho continente, envergando incondicionalmente as bandeiras de morte, destruição e caos, esmagaram, sem compaixão, uma legião de criaturas dóceis e de boa fé que não cometeram pecado algum, senão, pleitearem o justo direito de continuar a viver sob o manto sagrado da liberdade.
Por esta ousadia pagaram um preço muito alto. De milhões foram reduzidos ao longo de cinco séculos a poucos milhares. Viram o seu povo ser exterminado em nome do progresso de poucos. Os povos que vieram ao mundo para glorificar a natureza, respeitá-la, venerá-la, guardá-la e amá-la, foram subjugados e submetidos à catequização por uma corja de famigerados usurpadores de sonhos que vieram ao mundo para destruí-la.
Em nosso planeta Terra prevalece a lei do mais forte, do mais cruel, do mais ardiloso e do mais vil. É a lei da vida, ou melhor dizendo, é a "lei da morte". A terra, que já abrigou quantidades incomensuráveis de ouro e prata, transformou-se em uma gigantesca "serra pelada a céu aberto", um território fantasma, sem vida, sem esperança e sem amor.
Onde estavas tu, Tupã? Quantos mais "bandeirantes matadores de índios" ficarão impunes de seus crimes hediondos? Um dia a mãe natureza vai reclamar o derramamento de sangue de seus queridos e legítimos filhos, gerados nas águas dadivosas de seu próprio ventre.
Muito obrigado povos da natureza por vocês resistirem! Enquanto vocês não se permitirem deixar de viver, vamos continuar apreciando o milagre do sol de cada dia, e renovando as esperanças em um mundo, onde as criaturas puras e angelicais da natureza possam, finalmente, viver em liberdade e em paz.
A nobreza dos homens nus não vem de títulos ou de berço, mas sim dos mistérios ocultos da mata virgem, imaculada, profunda, santa, pura e magnânima.