ARTIGO – A Reforma da Previdência - 07.02.2018
 
ARTIGO – A Reforma da Previdência – 07.02.2018
 
Tenho evitado falar sobre assuntos de natureza política, de um modo geral. Todavia, essa reforma que está pra ser colocada na pauta de votação da Câmara dos Deputados, prevista para depois do carnaval, merece, de minha parte, algum comentário, mesmo modesto, mas não deixa de ser uma opinião sincera de um brasileiro de vergonha, na mais exata expressão da verdade.
 
Em princípio, quero entender que reformar seria algo a ser feito no sentido de melhorar a condição do trabalhador brasileiro, aquele que se aposenta ganhando cada vez menos num custo de vida sempre maior. Entretanto, a reforma que o governo quer impor ao Congresso Nacional, utilizando-se de todos os meios até condenáveis para ver a sua aprovação, é de uma crueldade a toda prova, porquanto em nada melhora quanto aos que irão se aposentar, até mesmo porque se está aumentando a idade mínima para a consecução do objetivo de todos os trabalhadores, que é uma velhice tranquila ao lado da família.
 
Tal tranquilidade jamais houve e agora vai piorar, pois o que se quer, na verdade, é que ao invés de pagar os benefícios da aposentadoria seja paga a pensão por morte, que é ainda menor do que seria o valor dos proventos de quem cumpriu sua missão em vida. Ora, com setenta anos nas costas ninguém tem mais o sabor de viver, na maioria dos casos em todos os sentidos. Esse negócio de dizer que a média de vida do brasileiro está em 74 anos é conversa pra bois dormirem, até mesmo porque ninguém acredita em estatísticas fornecidas pelos governos, que geralmente são mentirosas. De minha parte, não creio em nada do que é publicado, sejam dados de agora e nem antes, pois ninguém confere e não há como conferir.
 
Querem economizar a custa dos pobres coitados, e ficam pregando que a reforma é para corrigir distorções no sistema. Há outros meios mais lícitos de se economizar, claro que sim. Vamos dar um exemplo: Basta diminuir o número de deputados federais para, no máximo, cinco por estado (hoje temos 513); de senadores para um por estado (no momento são 81); deputados estaduais no máximo cinco por estado (há estados com mais de 100); vereadores somente para municípios com mais de cem mil habitantes, e por aí vai. Vejam quanto se economizaria somente no poder legislativo! As cidades com menos de cem mil habitantes seriam administradas por uma comissão de cinco membros, com um presidente, percebendo apenas uma gratificação de, no máximo, até cinco salários-mínimos. Outra coisa: vice não existiria.
 
No âmbito dos governos, tanto federal como estadual, permitir-se-ia apenas a manutenção de oito ministérios/secretarias, acabando-se com essa proliferação de ministros e secretários e seus pertinentes gabinetes, estes que gastam uma fortuna que atinge em cheio o bolso da população nacional. E o que é pior, nada funciona, nem na saúde, na educação, na segurança e em ramo algum de atividades prioritárias.
 
Claro que o dinheiro da previdência é desviado para aplicações bancárias, com rendimentos diários. Muitas vezes falta verba para os hospitais, casas de saúde, etc., mas na conta bancária as aplicações são enormes, sim porque dinheiro não pode ficar parado, pois assim não se multiplica. Eu não saberia dizer para onde vão esses rendimentos, mas a verdade é que se uma pessoa começasse a depositar em poupança, e se lhe fosse pago um rendimento real, justo, certamente aos setenta anos teria uma capitalização melhor do que a aposentadoria que eles querem impor ao cidadão brasileiro.
 
Estão querendo transformar uma atividade própria de governo, portanto, deficitária por natureza, numa empresa normal do mercado, que visa somente ao lucro, pouco se importando com a situação do país. Que as autoridades, com sua competência, encontrem fórmulas de aumentar a arrecadação brasileira, fazendo com que os cidadãos ricos paguem impostos de acordo com suas rendas; que cobrem tributos mais fortes nos lucros de transações financeiras; que enxuguem a máquina pública dos três poderes, pois aí está um grande filão que poderia salvar a precária situação dos cofres públicos, eis que foram completamente agredidos por gente inescrupulosa.
 
Pelo visto, estão com a intenção de sufocar o pobre, a classe média, e isso é o que se pode deduzir desses aumentos quase diários da gasolina e do gás, produto este tão necessário na cozinha do povo. Do que adianta segurar, por exemplo, o preço do feijão se do outro lado esses derivados do petróleo têm os seus escancarados e sem controle do governo! Até hoje não se viu chegar à ponta a queda dos preços que a PETROBRAS diz ter concedido nas refinarias. Quer dizer: esses índices da inflação são duvidosos.
 
O próprio Presidente da República, segundo ouvi no discurso de um Senador, foi aposentado aos cinquenta e cinco anos, percebendo cerca de cinquenta mil reais no total, fato esse que, por si só, já é um desrespeito aos nossos irmãos brasileiros. Estou muito enganado com os últimos governantes deste país, notadamente pelo alto grau de corrupção, cuja apuração e punibilidade jamais serão suficientes para lavar a alma dos que elegeram essa malta para dirigir a nação, claro que não agravando a todos.
 
Fico por aqui. Meu abraço fraternal.

 
Ansilgus
 
16/02/2018 11:27 - Walmor Zimerman, nosso amigo, fez o seguinte comentário...muito obrigado e um abraço:
 
Salve poeta Ansilgus. Coerente é o seu artigo que acabamos de ler. É evidente que não é fácil uma pessoa achar um novo emprego após os 60 anos, pois dependendo das atividades, há limitações, como por exemplo exercer o cargo de pedreiro... Quem exerce uma função burocrática, é evidente que é bem mais fácil... Infelizmente, em nossa Previdência, há os que ganham muito, e a grande maioria nem tanto. O assunto é bem complexo e difícil se chegar a denominador comum... No final penso que as reformas deveriam primeiramente como de "cima". Por exemplo: governadores se aposentarem com 4 anos de mandado, com recebendo quase seis vezes o teto máximo da previdência, é algo INACEITÁVEL E IMORAL... Aqui em nosso estado, inclusive o Vice Governador também está aposentado, ambos com o valor de R$30.500 mensais... Penalizar tão somente, o trabalhador comum, - aumentando a sua idade para se aposentar - não deixa de ser uma descriminação. Finalmente achamos um incoerência, Senador, e Deputados Federais, terem direito a quatro a cinco passagens aéreas, para suas cidades de origem, quando realmente deveria morar em Brasília, e "atenderem" suas bases eleitorais, nas férias de junho e dezembro, que em média dá três meses ao ano. Acorda Brasil! Um abraço amigo.
ansilgus
Enviado por ansilgus em 10/02/2018
Reeditado em 14/03/2018
Código do texto: T6250231
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