Uma Triste Cena na “Sonho de Criança”
Ontem à tarde eu estava no Shopping Center Sul passeando e fazendo compras quando parei em frente à vitrine da “Sonho de Criança”, uma linda loja de brinquedos. O ambiente era como um conto de fadas, cheio de personagens de desenhos animados, bonecas de toda espécie, carrinhos motorizados, trenzinhos que soltam fumaça, casinhas que parecem de verdade, uma infinidade de brinquedos que deixam até mesmo qualquer adulto fascinado.
Dentro da loja tão mágica e encantadora, além das pessoas que circulavam em busca de um presente para o natal deste ano, notei um menino ainda bem pequeno, usando roupas bem velhas e sujas. Era um menino de rua. Ele admirava os brinquedos enquanto seus olhos brilhavam. Olhava o carrinho de controle, brincava com a bola pisca-pisca, corria de um lado para o outro. Percebi um desejo sem igual deste garoto em ter um daqueles brinquedos.
Nesta hora, assisti a uma cena que me deixou muito triste e assustada. O segurança da loja puxou o menino pelo braço e o acusou de estar observando o ambiente para furtar algum brinquedo assim que ninguém estivesse vendo. Aos gritos, chamando atenção de todos que passavam pelo local, o segurança expulsou o garoto da loja e ainda chamou mais seguranças para impedir que ele voltasse. Como se fosse um bandido armado e perigoso, mesmo ele explicando que só estava olhando, mais nada.
Perplexa, chamei o garoto e o levei para tomar um lanche. Ele me contou que mora num viaduto perto do shopping e que foi lá somente ver os brinquedos, já que não pode ter um. Sua mãe trabalha o dia todo para sustentar ele e seus dois irmãos, também menores. Conversamos muito tempo e lhe dei um carrinho, não daquela loja, mas de uma outra do shopping, que ele gostou demais.
Juscelino, me agradeceu pelo lanche, pelo carrinho e me desejou boas compras. Ainda fiquei um bom tempo observando-o ir embora e pensando no que tinha acontecido nesse pouco tempo que passei ali.