Índia, um país, uma cultura, um povo.
o texto entre aspas é um depoimento de um viajante que conheceu a Índia, um país que para nós no mundo ocidental parece um lugar de gente esquisita, com costumes estúpidos. Mas quero falar um pouco sobre essa nação tão numerosa prestando aqui minha homenagem à esse grande povo, o povo indiano.
"Viajar para a Índia é um marco na vida da gente, mesmo para quem já foi quatro vezes. Quando começo a mostrar as fotos e falar dos lugares sempre sinto uma pequena frustração pois não consigo transmitir o que é essencial nessa viagem. O que conta não é a mala cheia de presentes, roupas e artigos que custam tão barato lá, nem os dez rolos de filmes que usamos para registrar os lugares onde passamos. O que conta de verdade são as coisas que vivenciamos nesse país, são os limites interiores com os quais somos obrigados a nos confrontar e a invariável comparação que fazemos entre o modo de vida deles e o nosso.
Sempre digo às pessoas que viajam comigo para tentarem olhar a cultura indiana com olhos insentos dos conceitos da nossa própria cultura. Essa é a forma ideal de se abordar e comprender outros povos. Claro que não é fácil, mas a gente tenta. Todos reconhecem que o padrão de vida na Índia e Nepal está muito aquém do nosso. Quase ninguém tem geladeira, video-cassete ou chuveiro elétrico em casa e poucos deles almejam esses itens essenciais para nós. Aliás, eles não desejam muito além da comida de todo dia e um espaço qualquer onde se possa dormir. É aí que começo a questionar a nossa vida estressada e cheia de ansiedade onde queremos ter carro do ano, uma casa maior, apartamento na praia, casa no campo, TV a cabo, computador, Internet, etc. Acho justo ter tudo isso, mas será que vale a pena gastar todo nosso tempo e nossa vida lutando para conseguir essas coisa e, depois, para mantê-las?
O trânsito é uma loucura. Andar pela Paulista as seis da tarde é uma maravilha comparado com a quantidade de veículos e o movimento caótico dos mesmos pelas ruas das grandes cidades indianas. Mas raramente se vê um motorista reclamando, brigando ou xingando. Eles continuam dirigindo calmamente em meio àquela balburdia.
Nas lojas, todo mundo quer vender e temos que barganhar muito para comprar por um preço justo. Sempre achei que os vendedores indianos são os mais ávidos do mundo. Esse ano passei por uma experiência que me fez repensar esse conceito. Estava barganhando com um jovem vendedor até que ele chegou num preço de apenas vinte rúpias (o dinheiro indiano) a mais do que eu queria pagar. Aceitei, contei as notas que tinha no bolso e dei a ele. Meio de brincadeira, mostrei as duas notas amassadas que haviam sobrado e disse-lhe que elas não eram o suficiente para pagar o jantar. O rosto dele ficou pálido e imediatamente ele me devolveu as vinte rúpias. Eu fiquei sem-graça e disse que era brincadeira mas ele insistiu para que eu ficasse com o dinheiro. Só depois de garantir à ele que eu tinha mais dinheiro no hotel e que não ficaria sem jantar é que ele aceitou de volta as vinte rúpias. Dinheiro é só dinheiro, mesmo para um vendedor. O meu jantar era mais importante para ele do que o seu próprio lucro.
Mesmo caminhar pelas ruas pode ser uma experiência única. Ao olhar pessoas tão diferentes de mim, fico imaginando como elas vivem, o que pensam, como são na intimidade de suas casas e chego à conclusão de que, apesar das diferenças da superficie, no fundo somos todos muito semelhantes e estamos sempre aprendendo uns com os outros. Essa percepção me curou do complexo de inferioridade que, como bom brasileiro, sempre senti diante dos europeus ou americanos. Gente é sempre gente, não importa a roupa que vestem ou a língua que falem.
Como explicar o que se sente ao meditar silenciosamente às margens do sagrado rio Ganges? Ou descansar debaixo de uma árvore no parque onde Buddha fez seu primeiro sermão? Voar de balão rodeado pelos picos nevados dos Himalaias é uma sensação indescritível. A gente se sente dono do mundo, com total liberdade para ir onde quiser e ser apenas aquilo que somos. É como se todas as mesquinharias da nossa vida cotidiana se dissolvessem diante da grandiosidade daquelas montanhas. Nada mais resta além do silêncio e da certeza de ser uma pessoa abençoada pelos deuses e privilegiada por poder experimentar isso tudo. E, quietinho dentro do balão, enquanto uma lágrima rola disfarçadamente pelo rosto, a gente agradece ao Grande Mistério por tanta beleza e por essa maravilhosa dádiva que é a vida."
O nome Índia vem de um rio chamado Indo, e traz consigo a raiz etmológica da cultura do povo Hindu. Esse gigantesco país, esse subcontinente indiano atualmente ganhe força e destaque na cenário internacional. Sua indústria e força econômica vem tendo notoriedade grande dentro da geopolítca atual, e a Índia juntamente com China e Japão representam as grandes potências do continente asiático. Para grande parte das pessoas, a primeira imagem que se tem do Índia é o monumento Taj Mahal, uma obra prima da humanidade construída pelo fervor de um amor incondicional. Mas a Índia não é apenas feita de monumentos e elas paisagens. Ela também é feita de cultura e muita história.
A civilização do Vale do Indo surgiu no século XXXII a.C. e atingiu a maturidade a partir do século XXV a.C. Seguiu-se-lhe a civilização védica, que foi a primeira civilização avançada e o primeiro registro histórico do uso do metal. A cultura da Índia é a expressão de uma das mais antigas e diversificadas civilizações do planeta, portanto inclui grande número de manifestações em todos os campos, desde a literatura e a arquitetura até, modernamente, o cinema.
As tradições literárias mais antigas da Índia eram transmitidas de forma oral e foram posteriormente transcritas. Tais transcrições incluem textos sagrados como os Vedas e épicos como o Maabárata e o Ramáiana. O único galardoado indiano com o prêmio nobel de literatura é o escritor bengali Rabindranath Tagore.
O país é o maior produtor mundial anual de filmes para o cinema. A produção cinematográfica local concentra-se em Bombaim, Noida, Madrasta e Hiderabade.
Berço de diversas grandes religiões, a prática religiosa integra o quotidiano da sociedade. A maior religião do país é o hinduísmo, embora grupos significativos pratiquem o islamismo, o jainismo, o siquismo , o cristianismo e a fé Bahá'í.
Um dos aspectos da cultura indiana, apesar de oficialmente banido, é o sistema de castas da Índia, característico dos hindus, não só na Índia, mas também no Nepal. De fato, após uma análise sob a perspectiva dos dados citados, concluimos mesmo sem ter maiores informações, que a Índia é um dos berços da humanidade.
O Hinduísmo engloba um conjunto de tradições culturais, sociais e religiosas que se originaram principalmente no subcontinente Indiano. Pode ser chamado de Bramanismo (ou Brahmanismo), pois é a cultura que originou do povo áriano, de cultura Brahmácharya (seguidores de Brahma, o pai, o conceito criador da trindade Hindu). Os Hindus acreditam em um espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por deidades individuais como Vishnu, Shiva e Shakti. O Hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes e realizar a verdadeira natureza de seu Ser. O Hinduísmo é considerado a mais velha religião ainda existente do mundo. Ao contrário de outras grandes religiões do mundo, o Hinduísmo não possui apenas um único fundador e é baseado em textos religiosos desenvolvidos por vários séculos que contém insights espirituais e fornecem um guia prático para a vida religiosa. Entre tais textos, os antigos Vedas são normalmente considerados os de maior autoridade. As outras escrituras incluem os dezoito Puranas, e os épicos Mahabharata e Ramayana. O Bhagavad Gita que está contido no Mahabharata, é um ensinamento amplamente estudado que nos dá uma destilação das verdades superiores dos Vedas. Pouco é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede os registros históricos. É dito que o Hinduísmo deriva das crenças dos Arianos, que residiam nos continentes sub-indianos, ('nobres' seguidores dos Vedas), Dravidianos, e Harappanos. Alguns dizem que do Hinduísmo nasceu com o Budismo e o Jainismo, mas Heinrich Zimmer e outros indólogos afirmam que o Jainismo é muito anterior ao Hinduísmo, e que o Budismo deriva deste e do Sankhya que em conseqüência afetaram o desenvolvimento de sua religião mãe. Diversas são as idéias sobre as origens dos Vedas e a compreensão se os Arianos eram ou não nativos ou estrangeiros na Índia. A existência do Hinduísmo data de 4000 a 6000 mil anos a.C..
Feito um panorama geral gostaria de salientar a importância da Índia e o respeito que se deve ter pelo seu povo. Uma super população miserável, um governo criticado ferozmente pelos países do ocidente por impor as castas sociais, e uma nação que segue à risca os preceitos sagrados dos Vedas hindus. Na minha visão o povo hindu é um dos mais evoluídos do mundo. Praticantes de yoga, abominam a carne de vaca e tratam-na como animal sagrado, respeitam e seguem como ninguém a tradição religiosa do povo e tem grandes pessoas, grandes representantes, no cenário global. Eis alguns:
-Mahatma Gandhi, O Grande Alma.
-Paramahansa Yoganada, o guru imortal
-Krishna, grande personalidade da cultura hindu
-Sri Sathya Sai Baba, avatar hindu
-Amit Goswami, grande físico quântico
Esses são só alguns exemplos da grandiosidade e da herança historico-cultural do povo indiano. Elaborei esse texto com o intuito de trazer à tona algumas faces dessa nação que me encanta a cada dia. Deixo exposto então, a minha admiração e simpatia para com o gigante indiano.
"Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a cobiça humana." Mahatma Gandhi
"Minha vida é uma mensagem." Mahatma Gandhi