Tempos da "inocência".
Hoje à tarde, estava eu tendo uma conversa com a fêma alfa da casa (mamãe) sobre como eu tenho saudades da minha infância.
Estávamos relatando o que costumávamos "aprontar" com os coleguinhas, ou até mesmo na ausência deles e a conversa ( curta, porém interessante) foi um tanto quanto divertida.
Lembro-me como se fosse hoje das tentativas mais do que fracassadas de subir em árvores.
O medo era bem maior do que a vontade de comer aquela goiaba ( vermelha, claro) suculenta que chamava meu nome. rs
O pior era quando não tinha algum amiguinho metido a "corajoso" para apanhar as goiabas para mim. Ah, pobre goiaba que chamava meu nome, ficava entregue aos bichinhos e logo se tornaria adubo para a terra.
Lembro-me também das festas das bonecas que mamãe promovia na vizinhança. Talvez fosse a mais esperada por todos nós, já que não era sempre que o Clube da Luluzinha se reunia para exibir suas bonecas e apreciar a melhor torta de sardinhas do mundo.
No final, a nossa tentativa em reunir apenas meninas era inválida, pois os meninos ficavam no portão implorando para a "tia" dar uma trégüa e deixá-los entrar. Meus ursinhos eram as principais vítimas, afinal uma criança que vai à festa de "bonecas" não pode entrar desacompanhada de um brinquedo, né?
Lembro-me ainda mais, das vezes em que visitava o sítio de uma amiga ( cujos irmãos eram uns pestinhas) e corríamos atrás dos pintinhos na esperança de conseguir furtá-los sem que a mamãe galinha veja. Além de comer a ração das galinhas ( o que era, particularmente, uma delícia), ou se balançar no balanço mais alto que eu já vi.
Obviamente que o medo era grande, mas a sensação das pernas pro ar e do vento batendo no rosto era mais forte. Dava a sensação de que podíamos voar ( o sonho de toda criança).
Ah, ser criança é uma dádiva. Dádiva esta da qual todos recebem o direito,embora algumas não saibam valorizar essa fase maravilhosa da vida, ou não tenham mesmo oportunidade de aproveitá-la. O que é realmente lamentável.
Bons os tempos em que tudo é descoberta e os sonhos são mais intensos.
Bons os tempos em que brincar é natural, e viver é mais do que arte.
Sim, quando crianças vivemos mais, sonhamos mais, somos nós mesmos sem se preocupar com o próximo.
Felizes são dos que ainda guardam consigo a sua criança interior. E não têm medo de deixá-la florescer por opiniões alheias. Espero eu, manter a minha intacta, talvez com um pouco menos de medo de subir em árvores.