RASCUNHO DA LOUCURA
Dia internacional da mulher... Eu deveria falar sobre o assunto. Mas, do jeito que a coisa está, vou falar do quê, eu pergunto... Mas, tá, vai lá... Eu vou tentar, embora sem pilha... Mas, então, se segura, porque lá vai o RASCUNHO DA LOUCURA... E, não comente não. Por favor... Isso aqui é o caso de uma doença sem cura, chamada de família...
Então, chegou mais um oito de março... Dia internacional da mulher.
Pois bem, não pensa que eu disfarço, ou que como quem nada quer
eu vá arrumar meu cadarço, esquecendo meu próprio alvorecer.
Oras, mas que cadarço, se estou de chinelos?! Vê que embora possa não parecer, são apenas pensamentos paralelos acerca de ti, de mim... Então, o que isso interessa, o que tem a ver?... Nada. É só uma rima, porque a sonoridade me fascina e, eu vou usá-la, vou buscá-la, experimentá-la, amarrá-la... (ops... Esse é outro pensamento) pra falar de tua sina, que tanto lamento... Pensar em ti é viver uma eterna poesia... Lembro de cada momento, cada dia do teu labutar e, de tudo que nos cercava, do quanto te amo e, amava. E, sempre amarei mesmo se hoje não podes ouvir quando te chamo. Mesmo se não me acreditava quando eu te dizia que eras importante sim e, que eras tudo pra mim!
Minha menina desespero, nem imaginas o quanto tu alucinas! Querida, tão frágil, forte, destemida, pequena, grande e, ágil... E, as vezes, até amiga... Sempre tive um orgulho enorme de ti! Sendo a mais jovem, a mais bonita, eras também, o meu norte quando eu sonhava uma coisa boa. E, ninguém acredita em tamanha falta de sorte que possa ser vivida por única pessoa!...
Mas, mãe, vê só o que eu faço agora? Pois se não conheço nenhuma palavra que rime com mãe, mãezinha. E, eu nunca te chamei de mamãe... Pra mim tu sempre foi a menininha, ou a grande fera e, se um dia eu crescesse, quem dera, eu pudesse chamar-te de amiga. Ah, mas nem liga, o importante é que se diga: Igual a ti nunca se viu! Nem verei, mãezinha...
É o pau, é a pedra, é o fim do caminho... Ah, Elis... Quem foi que quis que as coisas fossem assim? Mas, Rita, me conta: Onde foi meu bom José, se apaixonar pela donzela e, entre todas a mais bela de toda a sua Galiléia? Casar com Débora ou com Sara, meu bom José você podia e, nada disso acontecia... Mas tu foste amar Inácia! Meu Deus, que desespero! Tu podias simplesmente ser um ¨padeiro¨, não se preocupar com nenhuma falácia e, trabalhar sem nunca ter de se exilar, de se esconder por uma mania. Meu bom José (?) bem que tu podias ter muitos filhos com Maria e, teu ofício ensinar do jeitinho que comigo tu fazias... Me lembro às vezes de ti, minha pobre amiga, que nessa vida só queria ser feliz como qualquer Maria... E lá vem o Kid Abelha dizendo: Oras, jogue suas mãos para os céus e, agradeça se acaso tiver, alguém que você gostaria que estivesse sempre com você, na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapé...
Mas qual é que é? E agora, José?... Cara de chulé... Chispa fora... Tá chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem. Eu tenho que ir embora... ai, ai, ai... Essa eu não lembro da autoria... Mas, parece que o Chiclete com Banana também canta essa marchinha que eu cantava com a mana. Mas, não estou disposta, a esquecer teu rosto de vez... E acho que é tão normal... Pois como diria Cazuza: Eu sou mesmo exagerado! E, Raulzito falando baby... Meu sapato está apertado! Eu calço 37 e, não é que calço mesmo? Bem, meu pai nunca me deu um 36. Nem quando eu tentei pintar o sete e, de tanto dar risada, fiz xixi na sacada do Sete de Abril. Ah, mas ninguém viu... E, eu lavei a calça na pia do banheiro do cinema. O dilema foi secar a calça no alto da sacada enquanto passava a fita. Como também, me esconder do pessoal, que sentado na praça olhavam pra cima e, achavam graça da minha calça dependurada naquela sacada. Aliás, eu tenho uma tara por escada... Nem sei porque, já que morro de medo de altura. Mas, por conta de minha calça molhada, éramos seis meninas trocando roupas pra esconder a minha... ¨calça¨. Coloquei o casaco da Marisa, aquela mala sem alça (que ninguém atura), que vestiu a jaqueta da Márcia, que se ajeitou com a da Leusa, que usou o meu. E, a Dóris, que teve de vestir a jaquetinha curta da Maira, que satisfeita, dava gargalhadas, por ter saído ganhando na troca. Enquanto, a Dóris me desmanchava de pancadas por ter de vestir o mais feio. E, naquele rolo todo, pegamos o filme já no fim. Mas, o maior receio era que o ronda do cinema resolvesse subir e, encontrasse seis meninas seminuas assim, por conta de uma calça lavada no cinema... Ái!... Como eu explicaria ao pai? Isso daria sim, um enorme problema!... Pena que a vida foi passando e, eu perdi meus passos. E, agora o que é que eu faço pra chamar tua atenção? Diga, meu rei: pois só me falta ficar nua pra chamar tua atenção! Você pra mim, Tetê, nunca foi o sol, de uma noite sem fim, laia, laiá... é melhor deixar essa rima pra lá... Não vai dar certo rimar atenção com a letra de Tetê Espíndola não...
Além do que, eu só quero é te dizer que a coisa aqui tá preta... Tô fazendo falta, tô fazendo falta... Joanna e, Babado Novo... o pior é que não sou eu que faço a falta. Então, eu deveria cantar: Estás fazendo falta, estás fazendo falta... Mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! PARABÉNS PELO DIA INTERNACIONAL DA MULHER! Porque tu mãe, foi, és, e serás pra sempre, a MAIOR MULHER que conheci! Beijo grande! E, obrigada, por além de teres feito parte de minha vida, ainda teres sido a autora dessa mesma vida que segue, mãe... Mesmo depois de tua subida, segue...
Negue, seu amor, o seu carinho, diga que você, já me esqueceu... Nelson Gonçalves é que sabia das coisas né, mãe? Eu também sei... Ora, se sei! Ei, mãe! Não sou mais menina, não é justo que também, queiras parir meu destino, pois tu já fizeste a tua parte, me pondo no mundo, que agora é meu dono, mãe... O mundo meu dono? Não é nada, mãe... Fica tranqüila... Pois, como diriam Herivelto, David e, Washington: Eu te lembro o chinelo na mão, o avental, todo sujo de ovo. Se eu pudesse eu queria outra vez, MAMÃE, começar tudo, tudo de novo! TE AMO, PRETA!!! É... foi ele, sim. Tu sabes, né? Então, abençoa a ele e, também, a mim. Beijooooooooooooooooooooooooooo!