Foi um trabalho da faculdade

Bagno, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade. São Paulo: Parábola, 2003.p.13-38.

Ao ler um artigo no jornal, escrito pela jornalista Dora Kramer, o autor lembrou-se do ponto de vista do lingüista britânico James Milroy citando que descriminações não são bem aceitas pela Sociedade, porém, na linguagem ainda, predomina, preconceitos.

A jornalista refere-se aos erros de concordâncias verbais e nominais presentes nos discursos do Presidente Brasileiro Luis Inácio Lula da Silva, entende-se que esta descriminação está, intrinsecamente, ligada a fatores sócio-econômicos. Esse Preconceito Lingüístico é direcionado às classes sociais de menos prestígio, já às classes de mais prestígio é até permitido errar lingüisticamente, falando. Assim sendo, entende-se que o preconceito, vai muito além dos meros erros cometidos na Língua Portuguesa, é uma questão social acima de tudo.

A evolução da linguagem está atrelada à história de um povo, assim na França, com a Revolução Francesa a burguesia foi para o poder que antes era direcionado ao clero(igreja) e a nobreza e assim houve transformação na língua francesa que passou a ter características e peculiaridades burguesas, pois, esta estava no poder.A mesma situação aconteceu quando os Estados Unidos tornou-se independente do Poder Britânico, o inglês americano passou ater uma gramática diferenciada, ou seja, fatos históricos e culturais, influenciando, na formação da língua.Podemos então dizer que a língua não é uma ferramenta pronta, ela vai se adaptando conforme vamos usando e assim sendo não podemos fechar na gramática tudo o que se refere a uma língua.

Voltando ao caso Dora Kramer ela se refere a plural e concordâncias(nominais e verbais) como se estas fossem duas coisas diferenciadas e não tivessem que concordar entre si como , de fato, devem.Erros de linguagem são, amplamente, apontados por camadas superiores sempre direcionados à classe inferior, conclui-se assim o preconceito social no poder.

Um presidente vindo de baixo, de uma classe operária, como foi o caso de Lula, também é um fato histórico, mas está longe de influenciar na língua, ou fazê-la sofrer modificações como citou a jornalista Dora Kramer, isto porque é apenas um fato histórico, não houve transformações das relações sociais, como as ocorridas na França e Inglaterra.

O autor nos mostra que pesquisas comprovam que mesmo em camadas sociais de alto prestígio é comum em português brasileiro, o verbo vir no singular antes do sujeito em frases do tipo: foi gotas de azeite que manchou a toalha; e isto não, somente, falam como escrevem também em jornais e noticias.Existe explicação para este fenômeno é o SVO(sujeito/verbo/objeto).

O modo de se expressar do Presidente Lula foi parar num congresso em 2003 na Alemanha e foi bem defendido pela educadora brasileira Stella M.Bortoni-Ricardo.Onde ela disseque numa sociedade como a nossa, crianças de classes inferiores só poderão ter acessos normas cultas de linguagem se desde cedo tiverem a oportunidade de freqüentar a escola e atingir através de grandes estudos um nível letrado superior.

Entretanto, é possível concluir que apesar da história de Lula ser individual, casos como esses continuarão acontecendo, e classes proletariados da população enfrentará sempre a realidade do preconceito para subir ao poder, principalmente, se não for letrado.

Patrícia P Ventura
Enviado por Patrícia P Ventura em 03/03/2008
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