A Esfinge

Há um momento em nossos corações que tudo se transforma. Somos seres itinerantes, que andam pelo mundo sem lugar fixo para ficar, caminhando pela crosta sem eira e sem destino até o dia em que a morte vem nos buscar. Todo o resto é na verdade uma mera ilusão, o tempo fica e nós, não.

Temos a certeza da vida, numa vida de incertezas. Sabemos de coisas que desconhecemos e acreditamos naquilo que inexiste. Somos fantasmas verdadeiros encarnados no mundo querendo acertar na vida aquilo que pertence ao espírito, sem saber as leis do universo, pobres tolos.

Brigamos entre nós, quando deveríamos nos unir, triste destino da humanidade. Seres que se afastam de si mesmos, com medo de se perder, quando na verdade deveriam se unir entre si para encontrar um caminho comum que nos levasse ao entendimento daquilo que buscamos na grande Vida.

Preocupamos-nos com aquilo que é fora de sentido e esquecemos o que é necessário. Vivemos na ilusão dos sentidos, que vivem atrás de quimeras criadas por um ego que deseja ardentemente manter seu mundo intacto, uma esfinge que vive de enigmas indecifráveis, rasos e superficiais.