Quando aprendi a ver com os olhos
Já nem lembrava mais por quanto tempo não via passar diante dos olhos coisas, pessoas e casos, flores, animais e carros, tornados em objetos invisíveis dentro do meu mundo de descaso.
Ah! Como eu pude deixar de notar a beleza da vida, deixar esvair-se na engrenagem que não para, todas as cores, e diferenças de um mundo que parecia-me tão normal e comum. Quando na verdade, há uma infinidade de particularidades, e é isto o que dá graça a todas estas coisas, pessoas e casos, flores animais e carros.
Quando nos fechamos num mundo da gente, esquecemos que há mais gente no mundo, mais coisas, mais vida...De tanto olhar, o olhar da gente se gasta?
Não, não é o olhar que se gasta, mas a nossa vontade de nos apercebermos das coisas, das pessoas; O que nos gasta é a nossa pressa, que cauteriza a alma e nos torna pessoas apáticas.
O que precisamos fazer é abrir essas janelas sonolentas, afastar o reposteiro da rotina e nos preparamos para experimentar tudo outra vez, e cuidar para não se perder ou se assustar...por que quando você começar a ver, irá perceber que há um mundo “novo” lá fora.